sábado, 3 de março de 2012

REGRA N° 2

Por ocasião da Justiça que tarda (mas não falha) ainda que a agilidade não seja assegurada a todos...


É claro e evidente as péssimas e restritas condições em que atuam as polícias e órgãos de segurança pública no país; e em particular nos estados - a tentativa de paralisação por aqui e no Rio de Janeiro e a efetivação da greve na Bahia que o diga.

Acreditar na Justiça e em sua eficiência não é difícil, mas em quem deve assegurá-la é o "x" da questão. Até porque temos todos que ser otimistas sempre, mesmo que as evidências nos empurrem para o lado contrário. Dessa forma é fundamental que realmente a Justiça se faça justa, e que atue indistintivamente no melhor estilo: "Justiça para todos".

O motivo de tal apelo, já que é quase isso que estou fazendo, foi o ocorrido de ontem (01.03), noticiado aqui mesmo no Diário, com tons de ironia, em que um "azarado" roubou uma investigadora e, de acordo com a linguagem peculiar ao crime, mas não se sabe por qual motivo também invejada e usada pelos "homens da lei", passaram-lhe o "cerol". Tudo isso porque, segundo a reportagem, a regra n°1 diz que: "bandido nunca rouba um policial".

Não é para a linguagem que quero atenção, mas destacar a agilidade que é aplicada às diligências, buscas, apreensões, prisões e até "justiça" (aquela feita com as próprias mãos), quando a vítima não é do nosso meio; quando é do outro lado; pois aos nossos, o que resta é só esperar, e nada mais - uma vez que "a justiça tarda (...)".

Lembro do caso em que alguns inocentes morreram, na Vila da Barca - pois ao contrário do rótulo, há muita gente boa por lá, e bandido tem em qualquer lugar -, vítimas dessa “justiça-humana-pessoal” na lamentável ocasião em que um policial foi assassinado. Ficamos espantados ao ler, ver e ouvir as notícias tentando entender quem se vinga de quem: se bandidos matam policiais que mataram outros bandidos; ou se policiais matam bandidos por terem matado outros policiais – só sei que quando a população – que não é nem polícia e nem ladrão – resolve fazer a “justiça com as próprias mãos” sempre há quem salve o “injustiçado” – e que ironia, às vezes é a polícia que o salva.

Não componho nenhum grupo ativista que “luta” pelos Direitos Humanos, sou professor: formador de opinião e provocador do senso crítico e reflexivo; e ninguém precisa ser ativista de nada para perceber que estamos, ainda que otimistas, mais passivos à injustiça do que ao conforto daquela que tarda a chegar. Mas uma coisa é certa: de acordo com a graça de Deus, um dia ela chegará... e para todos mesmo!


Alci Santos

Professor de Língua Portuguesa

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