quarta-feira, 16 de julho de 2014

EU SOU ASSIM... e mais um pouco!


MEU ACERVO PARA LER & CONTAR HISTÓRIAS


MEU ACERVO PARA LER & CONTAR HISTÓRIAS


MEU ACERVO PARA LER & CONTAR HISTÓRIAS


MEU ACERVO PARA LER & CONTAR HISTÓRIAS


MEU ACERVO PARA LER & CONTAR HISTÓRIAS


LINDO DEMAIS... kkkkkk

Estava montando os post's a seguir - escaneando as imagens e pesquisando os releases - quando o Ariel Benício (meu fotógrafo, lembram?) disse:

- Pai, por que o senhor não coloca meus bonecos para apresentar seus livros?

E foi o que eu fiz... espero que gostem!

domingo, 13 de julho de 2014

RESPEITO ÀS PESSOAS TAMBÉM

De fato, senhores leitores deste espaço, que a Constituição merece todo o nosso respeito – aliás, nós a respeitamos, mas quem realmente deveria não o faz.



Mas o que dá o direito a alguém, indignado com decisões e direitos dos que não são iguais a si, desrespeitar e se achar o dono da situação como fez, na edição de ontem, o Sr. Humberto Jorge. Tenho muita certeza que ele estava muito consciente da “enxurrada” de opiniões críticas às suas infelizes declarações – prefiro acreditar que foi uma atitude planejada.

Afinal, qual o temor de muitos diante das relações homoafetivas? O que temem tanto os que se dizem extremamente religiosos, ou que demonstram essa tal extremidade só nessas ocasiões? Não curtem... Não gostam... Então fiquem nos seus “quadrados”. Pois não serão obrigados a nada que não queiram.

A prepotência não leva ninguém a nada. E ainda que possa ter sido uma decisão que desagradou a uma parte dos indignados, e respeitando sua formação, caso a dê esse respaldo, quantas vezes o Sr. deve ter ficado enlouquecido com alguma decisão do STF e que diretamente lhe afetou – deve tê-lo espraguejado aos monte; mas agora o parabeniza. Até aí tudo muito compreensivo, mas questionar o conhecimento sobre a Constituição, em sentido, literal e minucioso, por parte de um juiz... Parabéns!

Quanto ao “avacalhado” país que o Sr. diz que o PT construiu, o senhor não estaria assim um tanto querendo se isentar de qualquer responsabilidade sobre isso? Por exemplo, não votei no Duciomar... Compreendam todos que o fato de não sermos parte dos problemas não significam que não podemos ajudar nas soluções – quão difícil é aceitar isso?
As tais bolsas, caso não saibam, já existiam como “ações assistencialistas” há muito tempo, mas assim evidenciadas com nomes populares nunca havíamos visto – ou todos sabem o que é um Ato Secreto e o que ocorre na ALEPA é novidade?

Sou formador de opinião e como tal levo algumas causas às salas de aulas para o debate democrático, mas dentro dos padrões de respeito às diferenças – já num estilo de competência que até os vestibulares cobram. Assim, a simples aula de Redação vira aula de cidadania, todos falam, todos ouvem e mesmo com as adversidades somos “moderados” e não radicalizamos nenhuma postura pessoal como sendo a plena verdade; fundamentamos o discurso na máxima de que “os direitos de um começam onde terminam os dos outros.” E só falamos sobre o que sabemos e quando não sabemos, estudamos e nos informamos.

Por fim, o Sr. Humberto pede respeito à Constituição e desrespeita Idosos e Portadores de Necessidades Especiais, com expressões chulas e pejorativas que, em termos de reconhecimento às capacidades intelectuais, é um extremo desrespeito.



Alci Santos
Professor de Língua Portuguesa

SABE DE NADA, INOCENTE!

O que mais surpreende n'a espera de um milagre, da parte dos mais fiéis bicolores do Pará (e é de fé cristã mesmo que estou falando, ou de outra crença/religião que seja), é não querer ver o que está posto diante dos seus (deles) olhos, e dos nossos também, quando qualquer questão jurídica envolve os clubes/times de nosso estado – sem que isso seja ou pareça Síndrome do Pânico ou perseguição político-esportiva – mas é a mais pura verdade. Basta lembrarmos que todas as decisões têm tons provincianos e as evidências falam por si sós.

Ironicamente, talvez por bom humor ou mera (infeliz) coincidência – creio eu, e assim prefiro – na terça-feira (29/04), aqui mesmo nesta seção, publicou-se uma opinião sobre uma ação movida pelo Paysandu, requerendo os pontos e, consequentemente, o título da estreante e já polêmica Copa Verde, que transcorre noutro tipo de “tapetão” que não é o gramado de nenhum estádio da região. O texto começou comparando a situação da possível irregularidade de um jogador do time campeão, com a emissão de uma Carteira Nacional de Habilitação – CNH; sobre o fato de o indivíduo esperar sua efetivação como motorista/condutor e que poderia ter o serviço indeferido, caso fosse pego em ato infracional, sendo portador somente de uma carteira provisória – aludindo a ideia de que o atleta estaria inscrito, mas sua condição até a ocasião da partida final não se dava por regular para com o contrato com o clube Brasília, da capital brasileira – daí o motivo da suposta ironia, já que foi viral as chacotas sobre o “atropelamento” do papão por uma “brasília” – não amarela, inclusive.

Compreendamos, bicolores e azulinos, que nossas paixões futebolísticas devem deixar de lado quaisquer diferenças, quando o inimigo comum for o desrespeito e as decisões por conveniências – estas por sinal, muito obscuras – preconceituosas e absurdamente impostas sem nenhum escrúpulo e aceitas sem nenhuma resistência. Poucas e raras foram as vezes que uma decisão jurídica – em todas as instâncias – tomou o partido de um clube do Norte; se bem que por certas vezes, convenhamos, também a culpa foi da postura incompetente e até acomodada/ociosa, por assim dizer, dos setores de causas jurídicas dos Clubes da capital paraense, que mesmo seculares agem com expressa demonstração de amadorismo e falsa “ingenuidade”, em pleno século XXI.

Tenho toda convicção de que discutir e criticar o ocorrido do lado de fora é bem diferente do olhar de quem se encontra na situação, mas tendo o regulamento da competição em mãos, sabendo da tabela de jogos e contando com a possibilidade de que se possa chegar à final e sagrar-se campeão – pois é assim que se tem que pensar: “vai dar tudo certo!”; se não for, é melhor nem se meter –, o que fazem os advogados (que nunca estão) de plantão, para verificar as condições legais de cada atleta do próprio clube e de seus adversários a cada partida? Sei que pode não ser tão fácil ou simples quanto possa parecer, mas ao analisar as reais condições de cada atleta, de cada time/clube envolvido nas rodadas da competição, já viabiliza condições de que haja uma ação a ser movida, impetrada antes mesmo de o jogo iniciar, de modo que se houver uma derrota, como a que houve, não se espere para tomar atitudes que evidencie “desespero” e despreparo de quem é pago para isso – provocando a pior sensação que poderia recair sobre quem não vence: a de que não sabe perder! – e o que é pior: “perder para si próprio”.

Minha torcida não é para que essa situação, em particular, tenha êxito, mas que nenhuma mais venha a acontecer assim tão absurda e estupidamente, a exemplo do que as passadas nos mostram: que “a culpa é da mentalidade criada sobre a região...”. Se é verdade, e é, de que o Paysandu ganhou os pontos de uma partida vencida pela Portuguesa– durante o Brasileirão, novamente por ocasião de irregularidade de um atleta – o que sempre vem acontecendo e não se aprende; compreendamos que agora a situação nos é toda desfavorável, vejam: (1) não se trata de um jogo qualquer durante o torneio, mas da final, que por si só já é uma ocasião bem distinta das outras tantas partidas; (2) pontos migram, títulos/taças não – a exemplo do título de campeão brasileiro de 1987, que o Flamengo se apropriou sem ser o real merecedor, já que se recusou a disputar a final contra o Sport Clube Recife (numa clara demonstração de desrespeito e preconceito com os clubes do Nordeste, como hoje se faz com os do Norte), e por isso se vangloria – arrota bafos – de que é hexacampeão sem o ser – e que ainda envolve a Taça das Bolinhas*; (3) Brasília será sede de jogos da Copa do Mundo, mas depois do evento o que se fará no Mané Garrincha, uma vez que o Campeonato Brasiliense já acabou (com o Brasília campeão, inclusive) e o Distrito Federal não tem nenhuma tradição futebolística, muito menos o clube campeão da Copa Verde – pois a torcida paraense é que foi atração nas arquibancadas, na final do torneio; (4) trata-se de Brasília e não um estado qualquer, sendo que nem estado é; é só a “Capital do País” – só isto: é onde estão os maiores lobistas e articuladores que agem contra os interesses populares – a exemplo do que é o futebol: popular e, mais do que nunca, político.

Assim sendo, o que resta de fato aos torcedores do Paysandu, acreditem, é cuidar do que lhes resta na “real” – Parazão e Série C; e a nós torcedores paraenses em geral, continuemos a defender e amar o futebol, mas não “sobre todas as coisas” – o que acaba por nos levar de “injustiçados” rivais a “burros” inimigos.


Alci Santos
Professor de Língua Portuguesa e Redação

NOSSA REVOLTA PELOS “POUCOS” CENTAVOS

Antes de qualquer coisa dita, vale lembrar que: “São poucos, mas são nossos!”. E aqui quero falar sobre o “cabo de guerra” que se trava em torno do reajuste da passagem de ônibus em nossa capital, entre os empresários do (péssimo) transporte público, com sua “vampiresca” proposta de R$ 2,50; e a prefeitura de Belém, com sua “benevolente” sugestão de R$ 2,43. Quem vai ganhar não sei, mas sobre quem vai perder, disso não tenho dúvidas.

Nós, enquanto seres organizados socialmente, somos bem desorganizados mesmo. E parece que insistimos em fazer vista grossa para isso. Pois para decidir sobre nossos futuros gastos, reuniram-se empresários, assessores políticos, parlamentares, sindicalistas/rodoviários – estes que sequer respeitam e mal representam suas categorias; que agora parecem apenas viver para piquetes e tumultos em “mirradas” paralisações que só atrapalham a vida de todos. Estranho é que só não há a representação dos que de fato pagam por tudo isso: a população dependente desse tipo desumano de serviço – o qual não pagamos o pato; mas pagamos “de” pato!

Sobre a “benfeitoria” da prefeitura, o porquê de minha preocupação nem é tanto com os R$ 0,23 que propõe acrescentar-se como reajuste – afinal pagaremos pelo serviço de nossa condução; o que de fato me indigna é: por onde andam as moedas de R$ 0,01? Porque, verdadeiramente, os dois centavos para quem pagar com R$ 2,45 dificilmente voltarão – enquanto que aos que pagarem com R$ 2,50 receberão só R$ 0,05 – alguém duvida? E são esses míseros centavos, aos olhos de muitos, que engordam os lucros dos empresários de transporte (assim como aos banqueiros ou aos comerciantes com seus “fascinantes”: R$ 1,99); ou aos cobradores – que na pior forma da “boa-fé”, dividirão com os motoristas, ao final do dia, o montante no melhor estilo “de grão em grão...” o resto a gente já sabe.

Dos empresários, nos virá a velha retórica (blá-blá-blá) de que para dar conta do que reivindicam, merecidamente, os rodoviários e ainda oferecer atendimentos/equipamentos de qualidade, só mesmo com um reajuste nas tarifas cobradas pelo serviço. Pura ilusão aos rodoviários que se satisfazem pensando serem espertos, pois na base do que a matemática chama de proporcionalidade, tudo acaba no “elas por elas”; ou seja: aumentam os salários e as vantagens (plano de saúde e ticket alimentação), mas com o aumento da tarifa da passagem, aumenta também o lucro do patrão. Ninguém mexerá num centavinho deles. Atenderão às suas reivindicações com aquilo que nos será cobrado como “aumento da passagem”. Isso mesmo, somos nós que pagamos por isso, que fique bem claro: nós!

Ninguém seria louco de reclamar, se cada centavo fosse devidamente investido na compra de novos veículos; ou na manutenção e recuperação do que há; ou na limpeza; ou pelo menos – e isso não é pedir demais – numa formação continuada (reciclagem) de aperfeiçoamento e relações humanas para os servidores dos coletivos (cobradores e motoristas) – a exemplo de que não se repitam casos como o, exibido nas Tv’s do país inteiro, do motorista tresloucado que só parou à base de choque elétrico – e outros tantos que desrespeitam os códigos de trânsito e outros padrões de convenção social: “queimam” as paradas; fingem não ver idosos e deficientes; correm além do permitido em ultrapassagens arriscadas em busca de passageiros, a fim de cumprirem cotas mínimas de produtividade diária; sem contar os que forjam “pregos” por causa das sucatas que conduzem – mas nesse caso, não somos nós que devemos pagar por isso.

Por fim, espero que ninguém, nenhum “motorizado” tome as dores da patronal, dos rodoviários – que vivem na base da “carteirada” – ou da prefeitura, pois quem depende de verdade do transporte público, se pudesse, assinaria comigo este texto/manifesto. Desse modo, estou certo que por esses poucos centavos, e por tudo que há imbuído neles, ninguém sairá às ruas. Assim mesmo fica aqui o meu protesto!


Alci Santos
Professor de Língua Portuguesa

E QUANDO O CAOS VEM DA ORDEM?

“Odiamos a ordem, mas abominamos o caos” é o tipo de pensamento que agora resumiria parte da situação caótica em que se encontra o Estado do Pará, no que diz respeito aos movimentos de greve e protesto por parte da Polícia Militar. Não devemos agir de forma radical, a exemplo do que os próprios gestores da segurança pública fizeram com todas as manifestações anteriores, generalizando os atos violentos e procurando sempre culpar alguém por seus problemas. Não é de culpados que precisamos, mas de qualquer proposta de intervenção para que este quadro não se agrave ainda mais.

Ficamos de mãos atadas, sem saber o que fazer pelo simples fato de que a corporação que sempre existiu para estabelecer a ordem social, agora é quem toma as ruas, também para protestar por melhorias de sua classe. Ate aí, tudo bem! A questão é que nos sentimos acuados por não termos agora a quem recorrer – uma vez que era justamente a PM que chamávamos quando as outras tantas manifestações nos impediam de exercer o direito básico da cidadania: ir e vir. Nos últimos dias, porém, sentimos na pele que o “feitiço virou-se contra o feiticeiro”. Já que as agressões verbais e, o que é pior, as físicas mostram que não faz bem à democracia deliberar poderes a quem não sabe lidar devidamente com eles.

Uma pergunta que muitos se fazem e nos incomoda mesmo, sobre a truculência empregada pelas polícias agora é: quem os dispersará com spray de pimenta? – não que seja o que queremos, mas é a primeira atitude dos militares para reprimir as multidões quando tumultuam ruas, passagens, rodovias, ou tomam prédios públicos em seus protestos. O efeito moral que eles dizem que o spray provoca, deveria ser o da “moral” do respeito para com o ser humano, independente da condição, posição ou profissão que exerça. A exemplo disso, por que coibir a imprensa local de registrar e informar a população sobre o que de fato ocorre na essência dos interesses dos manifestantes? A agressão aos jornalistas só evidencia a falta de preparação psicológica, principalmente, dos militares em lidar com o povo revoltado – pior ainda, não sabem lidar nem mesmo com as suas próprias revoltas.

Pensar os grupos sociais unificados em interesses, realmente, comuns, seria sem dúvida uma das melhores estratégias para entendermos que os transtornos como o extenso engarrafamento que fechou, não só as vias da BR 316, na última sexta-feira, mas todas as saídas de Ananindeua e todo o trânsito da Região Metropolitana, não deveriam perturbar a ordem social. Reconhecer, respeitar e valorizar qualquer profissional que seja, só vai nos permitir vivermos com melhor tranquilidade, e com a PM, em evidência, no momento, não será (nem deve ser) diferente.


Alci Santos
Professor de Língua Portuguesa e Redação
Texto colaborativo com os alunos do Cursinho Manhã – Colégio Alfa Saykoo 
MALDITAS 30 LINHAS!

Sobre os limites impostos por padrões que em nada ajudam quando a questão é formar cidadãos críticos e pensantes.

Estão querendo nos censurar e limitar nossas opiniões e críticas. Será possível que até nisso o temido “sistema” interfere? Delimitando até o quanto temos que pensar para pôr no papel nossas ideias?!

Se interfere, eu não sei – quem sou eu para acusar alguém – mas que muita ideia boa e produtiva já se perdeu, isso não posso negar. Imagine se a carta de Pero Vaz de Caminha tivesse que ser escrita em apenas 30 linhas, o que ele teria que descartar? Os belos seios das moças de pele vermelha ou de como eles, portugueses/colonizadores, estavam enganando os nativos?

Não existe nada mais mecânico que uma redação estilo ENEM: “Faça dois parágrafos de desenvolvimento.”; “Cuidado para não se exceder na hora de escrever.’’ Está aí mais uma prova, literalmente falando, que há “alguém” que não quer uma geração de pensadores, e sim uma robôs limitados, que não possam pensar de mais.

Quantas vezes já cheguei à “linha 25” e bateu o desespero, pois ainda não estava nem perto de concluir minha ideia. E quanta ideia boa eu tive que esquecer; quanta ideia poderia ter sido aproveitada em prol de algo. Quanta redação já ficou pobre de conteúdo, pois a ideia era suficientemente extensa para “burras” 30 linhas?!

Não quero revolucionar nada, ou mudar uma forma de avaliar as redações. Só peço que algum dia, eu possa fazer um texto, sem medo de “pensar de mais”. E como não posso fazer muita coisa, eis aqui, meu protesto: Um texto de 31 linhas.

* o texto no original, não considerando padrões de formalidades, fontes ou outras limitações, como de espaço, foi escrito em 31 linhas mesmo.

PS. O texto não é meu, mas eu enviei para publicação via meu e-mail.


Jorge Vaz
Aluno do 9º ano do Ensino Fundamental

MORTE: QUER EVIDÊNCIA MAIOR?

Sobre a morte de um jovem e baleamento de seu pai, um policial civil, num duelo perdedor com um policial militar - quem perde: a vida!

Depois de uma série de fatos absurdos por parte da Justiça e da Lei, creio que não só para mim, ficou bem confuso entender o que de fato acontece com a sociedade e com os que nela deveriam conviver em harmonia.

Longe de mim fazer a vez de "advogado do diabo", mas que raios significa "evidência" quando a morte é o que há. E atrelada a ela - à morte - uma declaração confessa - de espontânea vontade -, e ainda uma sequência de relatos inquestionáveis de vítimas de agressões e desmandos do cabo da PM que, criminosamente, atirou no pai e no filho, levando a óbito o jovem Fábio Monteiro, 20 anos, num conjunto habitacional, na capital paraense - por motivo torpe.

Vez ou outra a imprensa nos agracia com notícias sobre atentados, sequestros, intimidação, mutilação, ameaças e efetivações do que se vê como "a maior crueldade do homem para consigo e seu próximo": o homicídio. Bárbaros, cruéis, hediondos e inexplicáveis; que acabam colocando no rol dos odiados não só os acusados/culpados, como também os que indiretamente envolvidos, não criminosos - "até que se prove o contrário" é o que diz a lei - tomam decisões arbitrárias amparados e resguardados pela altivez e prestígio de seus cargos, togas ou fardas.

Uma cabeleireira alvejada pelo ex-marido; uma juíza "apagada" pelos seus pares de "Lei e Ordem"; irmãos menores devolvidos pelo Conselho Tutelar à família que os espancava e acabou por matá-los; um menino entristecido que pediu ajuda a um juiz para não ficar com o pai e a madrasta... Esses, assim como outros, que viraram apenas estatísticas por "falta de evidências". Casos tão distintos, mas com trágicos desfechos iguais.

O que resta a todos depois da morte, do velório e do sepultamento é um profundo lamento: Coitado do rapaz, que perdeu a vida assim tão banalmente; coitada da família, que perdeu o único filho homem; coitada da corporação, que se vê manchada, desacreditada por uma insensatez isolada; coitados de nós, que não sabemos mais a quem recorrer e temos que desconfiar até de quem nos deveria defender.

Ao que tudo indica, porém, eu não tenho razão ou motivo algum para questionar, criticar ou querer entender nada. Afinal, sou só um professor; e da lei dos homens: "Só sei que nada sei." - e isso, sim, ao que me parece: é uma evidência.


Alci Santos
Professor de Língua Portuguesa

UM TIRO NO PÉ ou QUE É ISSO MANECO?
A respeito da forma, um tanto mal planejada, como a Rede Globo trata das relações homoafetivas

Não sou nenhum especialista sobre a causa, e muito menos adepto de uma ou outra opinião sobre as relações homoafetivas; a não ser conhecedor superficial em função de tudo aquilo que se publica ou noticia sobre o assunto – ainda que tenha muitos amigos e conhecidos que compõem esse grupo real em nossa sociedade.

Dentre minhas funções como educador (professor de Língua Portuguesa e Redação) está a de provocar e mediar – avaliar só os aspectos da escrita e forma de como se organizam as ideias, sobre as questões temáticas; nunca o valor de juízo do que pensa cada aluno em seus debates parciais – discussões atuais, reais e passivas de divergências de olhares (ponto de vista). Não apenas para saber o que pensam, mas para que, ao final do debate, cada aluno reflita sobre sua real condição cidadã em lidar com os seus problemas, e principalmente com aqueles que julga não ter nada a ver consigo; e que, na verdade, são os que mais interessam – pois deixamos de lado por não estarem diretamente ligados a nós, e por isso crescem desordenadamente: a exemplo dessa questão tão “problemática e polêmica” que é a homofobia e os direitos assegurados aos homossexuais.

No entanto, creio que quando não sabemos de algo a melhor estratégia para debatê-la é estudar e conhecer, não na maior das profundidades, mas de modo a dominar o mínimo suficiente, para justamente ao querer defender uma postura, não sermos mal interpretados ou até mesmo para que não nos venhamos contradizer, por meio das palavras, as nossas ações – por mais bem intencionadas que sejam; mas já diz o ditado que “de boas intenções, o inferno está cheio” – ainda mais se pensarmos (não de forma pessimista, e sim realista) que o inferno é aqui!

As telenovelas hoje se prestam a ter uma funcionalidade social muito mais eficaz do que só ao entretenimento, pelo menos é o que dizem ao que veio seus autores. Mas as últimas propostas que envolveram o “ainda” tabu sobre as relações homoafetivas – Amor à vida e Em família – em minha singela e até leiga opinião, não passaram de fiascos.

No primeiro caso, a exemplo de como sempre foram tratados os homossexuais na teledramaturgia, o personagem Félix fez mais uma vez a parte cômica das cenas, com ares de malvadeza e aquelas pitadas, não tão salvadoras da situação, de dramas e sentimentalismos – parte esta que foi sim, plasticamente, bonita e agradável de se ver – não a cena do beijo – e sem preconceito, mas porque foi só uma cena pela cena, só para atender ao que realmente quer a mídia televisiva: audiência; daí ficou o beijo pelo beijo – alias, o selinho pelo selinho.

Agora, o casal Marina e Clara, que tinha tudo para ser de uma plasticidade e eficiência maior ainda, já que o primeiro passo da ousadia já tinha sido dado, mas ficou na mesma. Muito mais vago e estupidamente discutível, pois coloca em cheque qualquer possibilidade da população leiga e “ignorante” sobre a causa querer aderir e ajudar. Pois coloca em evidência uma família que se dissolve, não pela relação homoafetiva, mas pela falta do sentimento maior que deve manter todos unidos, o amor. Se já não o há mais, então que cada qual busque suas felicidades como quer que seja – daí já não interessa mais a ninguém, se será hétero ou homoafetiva – o que importa é ser feliz ao lado de quem se quer bem.

Enfim, a questão não é bem as cenas das novelas, nem as expectativas que se criam sobre como a TV vai tratar do assunto, ou os beijos gays – ainda mais quando se questiona as (más) intenções de onde está sendo veiculado o assunto –, mas sim o fato de precisarmos de mais debates, mais esclarecimentos; desde que desprovidos de radicalismo, pois há ativistas de causas específicas que acabam atrapalhando qualquer discussão em prol da causa se deixando levar por emoções, verdadeiros fundamentalistas que deixam de lado até a racionalidade – o que os torna até mais preconceituosos do que quem os oprime.


Alci Santos
Professor de Língua Portuguesa e Redação