domingo, 13 de julho de 2014

MALDITAS 30 LINHAS!

Sobre os limites impostos por padrões que em nada ajudam quando a questão é formar cidadãos críticos e pensantes.

Estão querendo nos censurar e limitar nossas opiniões e críticas. Será possível que até nisso o temido “sistema” interfere? Delimitando até o quanto temos que pensar para pôr no papel nossas ideias?!

Se interfere, eu não sei – quem sou eu para acusar alguém – mas que muita ideia boa e produtiva já se perdeu, isso não posso negar. Imagine se a carta de Pero Vaz de Caminha tivesse que ser escrita em apenas 30 linhas, o que ele teria que descartar? Os belos seios das moças de pele vermelha ou de como eles, portugueses/colonizadores, estavam enganando os nativos?

Não existe nada mais mecânico que uma redação estilo ENEM: “Faça dois parágrafos de desenvolvimento.”; “Cuidado para não se exceder na hora de escrever.’’ Está aí mais uma prova, literalmente falando, que há “alguém” que não quer uma geração de pensadores, e sim uma robôs limitados, que não possam pensar de mais.

Quantas vezes já cheguei à “linha 25” e bateu o desespero, pois ainda não estava nem perto de concluir minha ideia. E quanta ideia boa eu tive que esquecer; quanta ideia poderia ter sido aproveitada em prol de algo. Quanta redação já ficou pobre de conteúdo, pois a ideia era suficientemente extensa para “burras” 30 linhas?!

Não quero revolucionar nada, ou mudar uma forma de avaliar as redações. Só peço que algum dia, eu possa fazer um texto, sem medo de “pensar de mais”. E como não posso fazer muita coisa, eis aqui, meu protesto: Um texto de 31 linhas.

* o texto no original, não considerando padrões de formalidades, fontes ou outras limitações, como de espaço, foi escrito em 31 linhas mesmo.

PS. O texto não é meu, mas eu enviei para publicação via meu e-mail.


Jorge Vaz
Aluno do 9º ano do Ensino Fundamental

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