MALDITAS
30 LINHAS!
Sobre
os limites impostos por padrões que em nada ajudam quando a questão é formar
cidadãos críticos e pensantes.
Estão
querendo nos censurar e limitar nossas opiniões e críticas. Será possível que
até nisso o temido “sistema” interfere? Delimitando até o quanto temos que
pensar para pôr no papel nossas ideias?!
Se
interfere, eu não sei – quem sou eu para acusar alguém – mas que muita ideia
boa e produtiva já se perdeu, isso não posso negar. Imagine se a carta de Pero
Vaz de Caminha tivesse que ser escrita em apenas 30 linhas, o que ele teria que
descartar? Os belos seios das moças de
pele vermelha ou de como eles, portugueses/colonizadores, estavam enganando
os nativos?
Não
existe nada mais mecânico que uma redação estilo ENEM: “Faça dois parágrafos de
desenvolvimento.”; “Cuidado para não se exceder na hora de escrever.’’ Está aí mais
uma prova, literalmente falando, que há “alguém” que não quer uma geração de
pensadores, e sim uma robôs limitados, que não possam pensar de mais.
Quantas
vezes já cheguei à “linha 25” e bateu o desespero, pois ainda não estava nem
perto de concluir minha ideia. E quanta ideia boa eu tive que esquecer; quanta
ideia poderia ter sido aproveitada em prol de algo. Quanta redação já ficou
pobre de conteúdo, pois a ideia era suficientemente extensa para “burras” 30
linhas?!
Não
quero revolucionar nada, ou mudar uma forma de avaliar as redações. Só peço que
algum dia, eu possa fazer um texto, sem medo de “pensar de mais”. E como não
posso fazer muita coisa, eis aqui, meu protesto: Um texto de 31 linhas.
* o texto no original, não considerando
padrões de formalidades, fontes ou outras limitações, como de espaço, foi
escrito em 31 linhas mesmo.
PS. O texto não é meu, mas eu enviei para publicação via meu e-mail.
Jorge Vaz
Aluno
do 9º ano do Ensino Fundamental
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