domingo, 13 de julho de 2014

MORTE: QUER EVIDÊNCIA MAIOR?

Sobre a morte de um jovem e baleamento de seu pai, um policial civil, num duelo perdedor com um policial militar - quem perde: a vida!

Depois de uma série de fatos absurdos por parte da Justiça e da Lei, creio que não só para mim, ficou bem confuso entender o que de fato acontece com a sociedade e com os que nela deveriam conviver em harmonia.

Longe de mim fazer a vez de "advogado do diabo", mas que raios significa "evidência" quando a morte é o que há. E atrelada a ela - à morte - uma declaração confessa - de espontânea vontade -, e ainda uma sequência de relatos inquestionáveis de vítimas de agressões e desmandos do cabo da PM que, criminosamente, atirou no pai e no filho, levando a óbito o jovem Fábio Monteiro, 20 anos, num conjunto habitacional, na capital paraense - por motivo torpe.

Vez ou outra a imprensa nos agracia com notícias sobre atentados, sequestros, intimidação, mutilação, ameaças e efetivações do que se vê como "a maior crueldade do homem para consigo e seu próximo": o homicídio. Bárbaros, cruéis, hediondos e inexplicáveis; que acabam colocando no rol dos odiados não só os acusados/culpados, como também os que indiretamente envolvidos, não criminosos - "até que se prove o contrário" é o que diz a lei - tomam decisões arbitrárias amparados e resguardados pela altivez e prestígio de seus cargos, togas ou fardas.

Uma cabeleireira alvejada pelo ex-marido; uma juíza "apagada" pelos seus pares de "Lei e Ordem"; irmãos menores devolvidos pelo Conselho Tutelar à família que os espancava e acabou por matá-los; um menino entristecido que pediu ajuda a um juiz para não ficar com o pai e a madrasta... Esses, assim como outros, que viraram apenas estatísticas por "falta de evidências". Casos tão distintos, mas com trágicos desfechos iguais.

O que resta a todos depois da morte, do velório e do sepultamento é um profundo lamento: Coitado do rapaz, que perdeu a vida assim tão banalmente; coitada da família, que perdeu o único filho homem; coitada da corporação, que se vê manchada, desacreditada por uma insensatez isolada; coitados de nós, que não sabemos mais a quem recorrer e temos que desconfiar até de quem nos deveria defender.

Ao que tudo indica, porém, eu não tenho razão ou motivo algum para questionar, criticar ou querer entender nada. Afinal, sou só um professor; e da lei dos homens: "Só sei que nada sei." - e isso, sim, ao que me parece: é uma evidência.


Alci Santos
Professor de Língua Portuguesa

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