Sobre a morte de um jovem e baleamento de seu pai, um policial civil, num duelo perdedor com um policial militar - quem perde: a vida!
Depois
de uma série de fatos absurdos por parte da Justiça e da Lei, creio que não só
para mim, ficou bem confuso entender o que de fato acontece com a sociedade e
com os que nela deveriam conviver em harmonia.
Longe de mim fazer a vez de "advogado do diabo",
mas que raios significa "evidência" quando a morte é o que há. E
atrelada a ela - à morte - uma declaração confessa - de espontânea vontade -, e
ainda uma sequência de relatos inquestionáveis de vítimas de agressões e desmandos
do cabo da PM que, criminosamente, atirou no pai e no filho, levando a óbito o
jovem Fábio Monteiro, 20 anos, num conjunto habitacional, na capital paraense -
por motivo torpe.
Vez ou outra a imprensa nos agracia com notícias sobre
atentados, sequestros, intimidação, mutilação, ameaças e efetivações do que se
vê como "a maior crueldade do homem para consigo e seu próximo": o
homicídio. Bárbaros, cruéis, hediondos e inexplicáveis; que acabam colocando no
rol dos odiados não só os acusados/culpados, como também os que indiretamente
envolvidos, não criminosos - "até que se prove o contrário" é o que
diz a lei - tomam decisões arbitrárias amparados e resguardados pela altivez e
prestígio de seus cargos, togas ou fardas.
Uma cabeleireira alvejada pelo ex-marido; uma juíza
"apagada" pelos seus pares de "Lei e Ordem"; irmãos menores
devolvidos pelo Conselho Tutelar à família que os espancava e acabou por
matá-los; um menino entristecido que pediu ajuda a um juiz para não ficar com o
pai e a madrasta... Esses, assim como outros, que viraram apenas estatísticas
por "falta de evidências". Casos tão distintos, mas com trágicos
desfechos iguais.
O que resta a todos depois da morte, do velório e do
sepultamento é um profundo lamento: Coitado do rapaz, que perdeu a vida assim
tão banalmente; coitada da família, que perdeu o único filho homem; coitada da
corporação, que se vê manchada, desacreditada por uma insensatez isolada;
coitados de nós, que não sabemos mais a quem recorrer e temos que desconfiar
até de quem nos deveria defender.
Ao que tudo indica, porém, eu não tenho razão ou motivo
algum para questionar, criticar ou querer entender nada. Afinal, sou só um
professor; e da lei dos homens: "Só sei que nada sei." - e isso, sim,
ao que me parece: é uma evidência.
Alci
Santos
Professor de Língua Portuguesa
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