sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

AMANHÃ VAI SER OUTRO DIA


Por ocasião do resultado do Plebiscito que visava a divisão do estado; não "colou", mas agora tem muita coisa a ser acertada entre as partes...

(10.12.2011)

E é isso que mais me preocupa!

Afinal, para alguma coisa servem as campanhas, além do falso argumento de sempre que é para divulgarem os candidatos ou intenções que disputam um pleito qualquer, como agora o ocorrido com o plebiscito; mas também para revelar uma série de irregularidades, erros, desvios, desacertos e outros reais absurdos. Cabendo às pessoas de bem – aquelas que esperam contemplações após os pleitos – saber o que de fato querem, uma vez que ir às urnas, convenhamos, é muito mais por imposição (já que o voto por aqui ainda é obrigatório) que pelo sonho de dar de cara com as almejadas melhorias – coisa que alguém, um dia, chamou de utopia.

Assim sendo, dois pontos me preocupam: as relações políticas que se abalaram nas divergências de interesses entre velhos aliados (agora inimigos mortais) e as atitudes que serão, e devem ser, tomadas pelo atual governo após a consulta popular. Eu, na condição de formador de opinião, já levantei as questões que pós-cedem o plebiscito, tão importantes quanto o mesmo em si; uma vez que na segunda-feira – com ou sem divisão – as configurações administrativas do estado serão outras.

Em função das pesquisas que já mostravam antes do pleito terminar a inviabilidade de dividir nosso “colosso tão belo e tão forte” as animosidades já se evidenciavam às claras; e nós – simples mortais – ficamos de boa assistindo às trocas de farpas entre os aliados de antes, agora insuportáveis rivais. É que dentre aquilo que foi “prometido” em campanha eleitoral pelo sul/sudeste do estado, estava o apoio do atual governo – se não do governador diretamente, dos assessores, indiretamente, em seu nome. Mas aí, a coisa mudou de rumo e eles (os separatistas) se veem obrigados a colocar “o rabo entre as pernas” e chiar baixinho, para não perderem qualquer crédito em seus currais.

Por outro lado, grandes e eternos problemas da falta de presença do estado foram expostos por quem está lá no meio da situação; coisa que quem de longe pensa saber o que é melhor para todos, não tem noção do que se trata. E aí o poder público, por meio de seu gestor mor terá de dar não uma, mas muitas, diversas satisfações e mais que isso, apresentar soluções sem levar em consideração seu descontentamento com os A ou B porque apoiava a ideia de separar o estado.

Por fim, e eu não poderia esquecer esta parte, os políticos que encabeçaram às frentes contra a divisão do Pará, caros parauaras, não são, nem de longe, melhores que os que defenderam este descalabro. Pelo contrário, são tão interesseiros como qualquer outro político desse rol que temos e conhecemos pode ser. Mas dos políticos, nunca, conseguiremos nos desvencilhar, por que a vida é uma constante ação política; no entanto identificar o joio e separá-lo nunca nos será proibido – não mais –, pois o que todos buscamos é progresso. Viva o povo do Pará.

Alci Santos

Professor de Língua Portuguesa

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