sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

ERA SÓ O QUE FALTAVA

Por ocasião de novas fraudes na aplicação do ENEM, em Fortaleza a prova vazou...

(27.10.2011)

Pois já não falta mais... FRAUDE NO ENEM.

Estava tudo muito tranquilo. E todos já comemorávamos, aliás, todos não, mas uma boa parte dos que acreditam no sucesso desse processo democrático de inclusão social – e precisamos acreditar em algo, e positivo, se possível.

Porém, para a satisfação dos que torcem contra (e por isso, distorcem as informações), já começam aparecer as fraudes de 2011. Tudo para invalidar todo o trabalho que dá (deu e dará) realizar um “provão” como esse – literalmente falando. Desse modo, ampliam-se as desconfianças sobre os modelos modernos de inclusão por meio de ações sociais de unificação dos sistemas – saúde, educação, segurança, esporte...

Já tínhamos até a frase-feita para este momento, o da revelação de (possíveis) fraudes: “Agora sim é o ENEM”.

Ainda assim, acredito que o modelo é bom; mas tudo que é bom pode ser ótimo ou excelente. E a vida é assim, o que nos move é a busca pelas perfeições, que às vezes demora a chegar; não porque nos falte capacidade ou condição de tê-las, e sim porque podemos nos acomodar, pois o ser humano somos assim: cômodo por conveniência.

Sempre digo aos meus alunos que acreditem, também, na força transformadora da educação, que não se devem abater por qualquer empecilho que lhes surja durante qualquer jornada – como esta, para obter uma vaga nas universidades –, mas de um tempo pra cá, está ficando difícil sustentar meu discurso. Tenho essa força como convicção, e sonho morrer acreditando nisso – sem demagogia alguma! Porém, os fatos de nossa contemporaneidade fazem os céticos conceituarem meu sonho como “utopia” – não o de morrer, pois este é uma certeza; mas o de crer na educação como ferramenta de transformação social.

As universidades, bem como o Ministério da Educação, por meio do ENEM – digo às vésperas de qualquer vestibular – buscam as pessoas mais aptas a ajudarem na reformulação do mundo. Pessoas com novas ideias; criativas, prestativas e funcionais. Falo em gente ousada: que sabe, tem coragem, disposição e disponibilidade para fazer a diferença. E que por isso tudo não caberão em seus discursos: pessimismo e nem conformismo, pois soam como “a declaração dos derrotados”.

Tais sentimentos se camuflam na fala dos ditos “realistas” que acreditam (e só eles pensam assim) que as mudanças são inatingíveis, e beiram à idealização de um mundo que não existe nem nunca existiu – Passárgada, talvez? Ou o País das Maravilhas? O que importa a quem está, nesse final de ano envolvido de alguma forma, direta ou indiretamente, com vestibulares é que “sonhar não custa nada...”

Se há recursos nos cofres públicos, que sejam utilizados para outros fins que não o de reaplicar, para todos, uma prova longa e cansativa, mas necessária; como foi a do último final de semana. No ano passado foi assim, reaplicou-se apenas aos que se sentiram, diretamente, prejudicados e funcionou. Tem um monte de gente cursando e muito feliz por isso, mesmo tendo feito a prova uma segunda vez. Por que agora seria diferente – e não é conformismo, mas sensatez.

Alci Santos

Professor de Língua Portuguesa

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