No ano passado, mais precisamente no mês de outubro, presenciei (a falta de) ações que jamais imaginei rever coisa similar, principalmente em termos de “descaso” com a importância alheia – importância que engrandece, inclusive, o Estado e pessoas, em particular, e que não passam, de fato, de “mero interesse circunstancial”; como tive de ver novamente em 2009.
Explico.
1ª parte:
Em 10 de outubro de 1908, nasceu em Icoaraci, na época, Vila Pinheiro, o hoje considerado “príncipe dos poetas”, Antônio de Nazareth Frazão Tavernard – ou somente, mas não menos criativo ou importante, Antônio Tavernard – o “Toni” da intimidade na família Tavernard.
Para 2008, eu que sou pouco conhecedor da obra, e suficientemente apaixonado por este pouco, esperei uma maior consideração dos órgãos competentes (públicos ou civis) para demonstrar o mínimo da consideração para com quem, já em sua época, colocava as particularidades e peculiaridades do Pará em evidência para todo o país – não somente como o coitado poeta do “rancho fundo”, mas para a considerável relevância de suas obras, nas diversas modalidades da arte da palavra escrita – já que Tavernard foi também contista, teatrólogo, crítico literário e ensaísta. Afinal, era o ano do Centenário.
O descaso começa pela administração do, hoje, distrito de Icoaraci, que sequer pensa em mover ações que visem à revitalização da histórica casa em que morou o referido poeta – situada à Rua Siqueira Mendes (1ª rua à beira-mar). O que há de consideração pública para com o escritor é: um trapiche na Ilha de Cotijuba [sem maiores referências de quem foi o “tal” cidadão], uma viela sob o prédio em que está o CENTUR [sem maiores referências de quem foi o “tal” cidadão] e as ruínas do que um dia foi a “casa do poeta” [sem maiores referências de quem foi o “tal” cidadão] – de uma coisa as pessoas têm certeza: foi alguém que teve alguma importância, pois só assim se vira nome de rua, prédio ou qualquer outro logradouro público.
2ª parte:
Em 10 de janeiro de 1909, nasceu em Ponta de Pedras, na Ilha de Marajó, na época, Vila de Ponta de Pedras, o hoje considerado “romancista da Amazônia”, Dalcídio Jurandir Ramos Pereira – ou somente, mas não menos criativo ou importante, Dalcídio Jurandir – Dal, na intimidade de sua família – que cresceu em Cachoeira do Arari, também no Marajó. E que depois, por conta da imensa vontade de estudar, galgou rumo à história de sucesso – Belém / Rio de Janeiro – onde faleceu em 1979.
Para 2009, eu que sou “menos” conhecedor “ainda” da obra, mas suficientemente apaixonado pelo mínimo que sei sobre O QUE VIVE, SENTE E SONHA O HOMEM MARAJOARA (nas palavras do próprio Dalcídio), esperei uma maior consideração dos órgãos competentes (públicos ou civis) para demonstrar o mínimo da consideração para com quem, já em sua época, colocava as particularidades e peculiaridades do Pará em evidência para todo país – não somente como o simples escritor dos “campos do Marajó”, mas para a considerável relevância de suas obras, nas diversas modalidades da arte da palavra escrita – já que Dalcídio foi também poeta, jornalista, crítico, ensaísta. Afinal, é o ano do Centenário.
O descaso começa pelas administrações dos referidos municípios, que pouco – quase nada – fizeram para que marcos físicos nas cidades possam se manter como referências da história de tão ilustre filho – potencializando a idéia do “turismo literário” – afinal, quem não gostaria de conhecer todos os rios e comunidades que Dalcídio descreve em seus romances. O que há de consideração pública para com o escritor é: uma rua em Cachoeira [sem maiores referências de quem foi o “tal” cidadão], uma praça municipal em Belém sem dinâmica alguma [sem maiores referências de quem foi o “tal” cidadão], uma escola que, contra a vontade das autoridades locais, em Ponta de Pedras se chama Dalcídio Jurandir [sem maiores referências de quem foi o “tal” cidadão], e agora, por conta de uma programação compensatória por parte de um grupo de estudiosos [acadêmicos em menor escala, segundo a proposta de popularizar as obras de Dalcídio, no sentido de torná-lo mais acessível aos níveis do ensino médio e fundamental, por que não?] uma placa foi instalada como indicação de uma obra que ainda se concluirá num espaço cultural que sediará o campus da UEPA em Ponta de Pedras [sem maiores referências de quem foi o “tal” cidadão] – de uma coisa as pessoas têm certeza: foi alguém que teve alguma importância, pois só assim se vira nome de rua, prédio ou qualquer outro logradouro público.
Perceberam como nomes [aliás, não apenas nomes, mas homens] ilustres têm até mesmo a história do “descaso” moderno em comum.
Estão de parabéns os cidadãos simples, desvinculados de interesses administrativos ou de gestão pública [ainda que apoiados por estes] que reconhecem que em seu tempo atual, mesmo em condições desfavoráveis, podem se remeter à relevância de todos aqueles que ajudaram na construção da história do Pará – cada qual ao seu modo, ao seu estilo.
Sei que é um pouco tarde, mas nunca demais, a considerar seu centenário de nascimento em 2008: VIVA ANTÔNIO TAVERNARD!
E por me instigar a tirar da gaveta meus escritos que denunciam o descaso com a boa escrita, nada provinciana, por sinal, de nossos maiores pensadores e “operários da palavra” – segundo Carlos Correia Santos: VIVA DALCÍDIO JURANDIR.
Alci Santos
Professor de Língua Portuguesa e Contador de Histórias
professorsantos@bol.com.br
Explico.
1ª parte:
Em 10 de outubro de 1908, nasceu em Icoaraci, na época, Vila Pinheiro, o hoje considerado “príncipe dos poetas”, Antônio de Nazareth Frazão Tavernard – ou somente, mas não menos criativo ou importante, Antônio Tavernard – o “Toni” da intimidade na família Tavernard.
Para 2008, eu que sou pouco conhecedor da obra, e suficientemente apaixonado por este pouco, esperei uma maior consideração dos órgãos competentes (públicos ou civis) para demonstrar o mínimo da consideração para com quem, já em sua época, colocava as particularidades e peculiaridades do Pará em evidência para todo o país – não somente como o coitado poeta do “rancho fundo”, mas para a considerável relevância de suas obras, nas diversas modalidades da arte da palavra escrita – já que Tavernard foi também contista, teatrólogo, crítico literário e ensaísta. Afinal, era o ano do Centenário.
O descaso começa pela administração do, hoje, distrito de Icoaraci, que sequer pensa em mover ações que visem à revitalização da histórica casa em que morou o referido poeta – situada à Rua Siqueira Mendes (1ª rua à beira-mar). O que há de consideração pública para com o escritor é: um trapiche na Ilha de Cotijuba [sem maiores referências de quem foi o “tal” cidadão], uma viela sob o prédio em que está o CENTUR [sem maiores referências de quem foi o “tal” cidadão] e as ruínas do que um dia foi a “casa do poeta” [sem maiores referências de quem foi o “tal” cidadão] – de uma coisa as pessoas têm certeza: foi alguém que teve alguma importância, pois só assim se vira nome de rua, prédio ou qualquer outro logradouro público.
2ª parte:
Em 10 de janeiro de 1909, nasceu em Ponta de Pedras, na Ilha de Marajó, na época, Vila de Ponta de Pedras, o hoje considerado “romancista da Amazônia”, Dalcídio Jurandir Ramos Pereira – ou somente, mas não menos criativo ou importante, Dalcídio Jurandir – Dal, na intimidade de sua família – que cresceu em Cachoeira do Arari, também no Marajó. E que depois, por conta da imensa vontade de estudar, galgou rumo à história de sucesso – Belém / Rio de Janeiro – onde faleceu em 1979.
Para 2009, eu que sou “menos” conhecedor “ainda” da obra, mas suficientemente apaixonado pelo mínimo que sei sobre O QUE VIVE, SENTE E SONHA O HOMEM MARAJOARA (nas palavras do próprio Dalcídio), esperei uma maior consideração dos órgãos competentes (públicos ou civis) para demonstrar o mínimo da consideração para com quem, já em sua época, colocava as particularidades e peculiaridades do Pará em evidência para todo país – não somente como o simples escritor dos “campos do Marajó”, mas para a considerável relevância de suas obras, nas diversas modalidades da arte da palavra escrita – já que Dalcídio foi também poeta, jornalista, crítico, ensaísta. Afinal, é o ano do Centenário.
O descaso começa pelas administrações dos referidos municípios, que pouco – quase nada – fizeram para que marcos físicos nas cidades possam se manter como referências da história de tão ilustre filho – potencializando a idéia do “turismo literário” – afinal, quem não gostaria de conhecer todos os rios e comunidades que Dalcídio descreve em seus romances. O que há de consideração pública para com o escritor é: uma rua em Cachoeira [sem maiores referências de quem foi o “tal” cidadão], uma praça municipal em Belém sem dinâmica alguma [sem maiores referências de quem foi o “tal” cidadão], uma escola que, contra a vontade das autoridades locais, em Ponta de Pedras se chama Dalcídio Jurandir [sem maiores referências de quem foi o “tal” cidadão], e agora, por conta de uma programação compensatória por parte de um grupo de estudiosos [acadêmicos em menor escala, segundo a proposta de popularizar as obras de Dalcídio, no sentido de torná-lo mais acessível aos níveis do ensino médio e fundamental, por que não?] uma placa foi instalada como indicação de uma obra que ainda se concluirá num espaço cultural que sediará o campus da UEPA em Ponta de Pedras [sem maiores referências de quem foi o “tal” cidadão] – de uma coisa as pessoas têm certeza: foi alguém que teve alguma importância, pois só assim se vira nome de rua, prédio ou qualquer outro logradouro público.
Perceberam como nomes [aliás, não apenas nomes, mas homens] ilustres têm até mesmo a história do “descaso” moderno em comum.
Estão de parabéns os cidadãos simples, desvinculados de interesses administrativos ou de gestão pública [ainda que apoiados por estes] que reconhecem que em seu tempo atual, mesmo em condições desfavoráveis, podem se remeter à relevância de todos aqueles que ajudaram na construção da história do Pará – cada qual ao seu modo, ao seu estilo.
Sei que é um pouco tarde, mas nunca demais, a considerar seu centenário de nascimento em 2008: VIVA ANTÔNIO TAVERNARD!
E por me instigar a tirar da gaveta meus escritos que denunciam o descaso com a boa escrita, nada provinciana, por sinal, de nossos maiores pensadores e “operários da palavra” – segundo Carlos Correia Santos: VIVA DALCÍDIO JURANDIR.
Alci Santos
Professor de Língua Portuguesa e Contador de Histórias
professorsantos@bol.com.br
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