sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

PAGANDO O PATO

Meus alunos confiam tanto em mim, que em questão de minutos, logo após as treze horas do dia 10/01 – último domingo – fiquei sabendo de como havia sido a esperada e odiada (agora mais ainda) prova da 1ª fase da UFPA; situação que se configurou como mais uma novela, aliás, dramalhão bem chulo, no pior estilo “pastelão mexicano”.

Muitos candidatos que buscaram o gabarito da prova de domingo foram surpreendidos com a média de acertos que, em muitos casos, foi inferior ao que haviam conseguido na primeira ocasião. Convenhamos que isso é de preocupar qualquer um, do mais graduado ao aspirante; então por que pensar que os candidatos é que são os únicos responsáveis por seus fracassos quando é mais que evidente que, neste caso, não são.

Trata-se de uma grande verdade que ninguém deveria estar se lamentando sobre o que foi cobrado agora em prova, uma vez que o conteúdo se manteve o mesmo; logo tudo o que foi pedido na etapa de domingo, ou antes mesmo, deveria ter sido estudado, absorvido, aprendido, apreendido, em fim. Um programa único sobre o qual se deveria basear a preparação do candidato e deixá-lo condicionado para o que “der e vier”. Mas assim não o foi porque a irresponsabilidade de “um” dito profissional – que inclusive vem tendo seu nome vinculado a chacotas por conta de outros também ditos “profissionais” da mesma área – que fez os demais “profissionais” se irritar, por ter de trabalhar um pouco mais, e que, ao que tudo indica, resolveram “punir” a todos.

É uma pena que de fato estejam querendo jogar na lama a única base possível de dar jeito em alguma coisa nesse país. Primeiro o ENEM, depois a UFPA, que fez o que fez e ainda nos afronta com publicações estampadas nos jornais, nas quais divulga o prejuízo do processo até aqui e sua não condição de executar as etapas seguintes pela falta de recursos. Quem pagará por isso? Nós de novo, com certeza!

O mínimo da sensatez e do respeito que se deve ter por quem paga (em valores reais e em reais) para provar que sabe o que querem que prove que sabe, não deveria trazer aqui quem quer que seja para defender a universidade e argumentar de que somente os aspirantes a acadêmicos é que são culpados por não entenderem nada – de fato, eles e nós, que os ajudamos, na medida do possível, com base em “seus” programas, ainda não entendemos nada do que aconteceu com esse processo; e, com certeza, ficaríamos mais insatisfeitos, tristes e aborrecidos se entendêssemos. Mas como o escândalo é bem maior do que se pensa e por conveniência o caso foi abafado, quem vai (tentar) explicar?

Mas tudo bem, percebemos que cada vez mais estamos sós; e que, se há alguém ou alguma coisa que podemos fazer para esquecermos tal inconveniência ou despropósito, somos nós mesmos; estudando um pouco mais para compensar o “papelão” pelo qual nos obrigaram a passar – e essa fala final não é de conformismo, pois não tomar atitude é só o que querem os que abusam de nossa boa vontade.



Alci Santos
Professor de Língua Portuguesa e Redação
professorsantos@bol.com.br

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